Based on the theoretical contributions of anthropology through the phenomenon of disability and Sport as a socio-cultural phenomenon, this study aims to interpret the body in its multiple socio-cultural relationships that are expressed in social interaction mediated by culture. The context of this study is the Paralympic Reference Center of Roraima (CRPRR). We expose the epistemological vision in concepts referring to the human body dialoguing with anthropology and sports science in order to show the interpretations about the Nature and Culture relationship that produces the way of life in societies. For this purpose, the dissertation is organized into three chapters: (1) we problematize the human body according to anthropology studies and studies of disability and sports science; (2) we present the Regional Paralympic Center of Roraima/CRPRR, and then we discuss the medical model and the social model of disability, showing how each of these models understands disability.; (3) and in the last chapter, the disabled body category is presented, exploring the interpretations about this from the interviews of the social subjects involved in the sport, whether athletes or the general public. And in this way, we understand that the disabled body in the sports context assumes sociocultural characteristics, our research has this importance, to gather, to bring the problematization and, therefore, to draw attention to studies that promote this intersectionality between disability and gender.

This work is the result of an ethnography carried out with Creative Vulva, an ecofeminist collective/network that operates in the state of Roraima. As a collective, it is closed and limited to a restricted number of young women. As a network, it provides support to the collective - and vice versa - and is transborder and open to autonomous activists from anywhere on the planet. The aim of this work is to understand the dynamics of the ecofeminist movement Creative Vulva in the state of Roraima. To do so, I relied on the narratives of three members of the collective: the two founders (one of whom is a Venezuelan migrant) and one of the more recente members. During field research, I observed that the group adheres to the principles of a collective, such as autonomy and horizontality, and organizes itself, albeit with some difficulty, to balance the challenging task of reconciling activism with the need for survival?! Especially after the impacts caused by the SARS-CoV-2 pandemic on the portion of the population that works for themselves to survive, as is the case for most of them. For this reason, facing the reality of a material survival need, the collective seemingly uses social media as a showcase to raise visibility for activists. On the other hand, by imprinting their own unique approach to activism, the network employs a certain essentialization in language, perhaps as an attempt to favor a connection between women and the natural environment, with an ecofeminist character.

This research analyzes the dynamics that occurred on the border located in the eastern sector of the Yanomami Indigenous Land, a space designated as the Ajarani region, in the state of Roraima. There is a diversity of movements, forming a rural area in which Yanomami indigenous people, farmers and settlers transit. The forms and ways of life found on a given frontier assume a preponderant role insofar as the interaction between the social groups that occupy it organize the contours of this area. Not oblivious to the external forces that position themselves as rulers of the spaces to be occupied, these groups tend to experience orientations that will determine the forms (Simmel, 2013) that each group moves in the places they transit. The movement (Carneiro and Dainese, 2015) becomes the determining engine for the construction of borders(Martins, 1996). However, their tensions and conflicts (Simmel, 2011), make up the dynamics necessary for the space to guarantee the mechanisms that will give meaning to the relationships between the societies that occupy it. An ethnography was carried out based on field research between the years 2019 and 2021 in the area, as well as through the use of technology to carry out remote interviews, with the main interlocutors in this research being presented.

In this research, we examine how some women who work or work in a space called the Community Production Center (CPC) connect sewing to different social markers such as gender, work, poverty and politics. Based on the ethnographic work carried out between 2021 and 2022, it analyzes the trajectories and training processes of the seamstresses, the personal and professional encounters and disagreements in collectives, in Boa Vista. I use the methodological contributions of WhatsApp, photographs, life stories, journalistic materials, interviews and visits to government institutions. Thus, in this research, I emphasize that these spaces are forms of sociability and formation of care networks among women. The CPC's are linked to government policies, especially to sectors that include Social and Work Welfare, crystallized in 1995, in Roraima. The objective was to provide access to the labor market for women in situations of economic and social vulnerability, thus encouraging activities such as sewing. Note that despite good intentions, political actions also had harmful consequences. First, by directing precarious jobs to the female public through subcontracted work, without any formalization, support or protection of labor legislation. Second, by compromising women's future income with compulsory concessions for the purchase of work material, including professional sewing machines. Finally, a policy turned to producing positions that support unequal gender relations, which are constituted by capital as a profit-making mechanism and ideological and social dominance. I conclude, in this research, that the spaces resisted time and the abandonment of public policies. And it is maintained by the capacity of women to produce social cohesion. That is, to build forms of sociability and formation of care networks between them that go beyond the explicit project that was foreseen at the beginning of the Centers. In this respect, work is an important tool for the subjects' experiences. It is the interrelation of logic and the senses. Therefore, it talks about affection, lifestyle, feelings and belonging.

Este trabalho consiste em compreender a construção de Davi Kopenawa como sujeito a partir do contato interétnico, tendo como foco as analises de documentos encontrados no Centro de Documentação indígena, localizado na área missionaria da consolata em Boa vista Roraima, na narrativa “A queda do céu” escrito cooperativamente por Davi kopenawa e Bruce Albert, além dos arquivos audiovisuais de entrevistas de Davi Kopenawa para determinado publico. A partir dessas categorias as construções de agencias passam por uma relação hostil a amigável, correlacionando os contextos históricos da ditadura militar e da Nova república e sua inserção nos movimentos indígenas de Roraima, tendo vista o xamanismo como instrumento político e a analogia e retoricas de discursos como eixo para ensinar sobre sua cultura e lutar pelos seus direitos. como a homologação das terras Yanomami, a retirada de garimpeiros das suas terras, a sensibilização pelas mortes visíveis e invisíveis a partir da expansão “modernista” da Amazônia no final do século XX. Diante desse contexto, visa-se também compreender como esses acontecimentos são vistos a partir da perspectiva Yanomami e como as agencias são formadas com o decorrer dos encontros.

A presente pesquisa se desenvolverá tendo como ator central Clóvis Ambrósio, líder indígena, da etnia Wapichana, que iniciou sua atuação no movimento indígena na década de1970, tendo como uma das principais bandeiras o direito pela atenção diferenciada na saúde indígena. O objetivo principal é compreender como o agenciamento de sistemas simbólicos, a eleição de códigos e os conhecimentos adquiridos lhe proporcionam o estabelecimento de diálogos, reordenações de sentido e representação das diferenças, tendo como foco a ideia de mediação e das práticas discursivas em contextos interculturais. Para isso, foi realizada uma interlocução com Clóvis, bem como a leitura de outros entrevistas e transcrições de vídeos disponíveis nas redes sociais do Conselho Indígena de Roraima. Em função da estrutura da investigação, há uma divisão em três capítulos, onde começo apresentando questões teóricas metodológicas acerca das narrativas, posteriormente, o segundo capítulo desenvolve a temática da mediação e agência, e por fim, a exposição da compreensão acerca das competências comunicativas, da construção do papel de líder, representante, e consequentemente mediador.

Os problemas sociais decorrentes da crise econômica e política instaurada na Venezuela, nos últimos anos, se agravam a partir de 2015, resultando em uma onda migratória sem precedentes na história do país. Alegando escassez de emprego, alimentos, medicamentos e violência, milhares de venezuelanos deixam seu país em busca de uma vida melhor. Colômbia, Peru e Brasil, estão entre os primeiros países da América do Sul a receber levas de migrantes venezuelanos. No Brasil, esse movimento de entrada se fez pela cidade de Pacaraima, estado de Roraima, onde a maioria dos os migrantes entravam a pé. A cidade de Pacaraima que fica há pouco mais de 20 quilômetros da primeira cidade venezuelana, Santa Elena de Uairén, se tornou a porta de entrada dos migrantes que em seguida se dirigiam a Boa Vista para daí tomar a decisão de ficar ou partir para outras cidades, no chamado processo de interiorização, seja dirigido ou por conta própria. Os que ficavam, tentavam encontrar alguma atividade que lhes permitisse sobreviver, entre trabalhos temporários e aqueles mais estáveis. Esse trabalho se propõe a entender uma das modalidades de trabalho temporário desenvolvido pelos migrantes venezuelanos em Boa Vista chamadas por eles de matica. A matica consiste na reunião ou concentração de pessoas sob a sombra de uma ou mais arvores, à espera da oferta de trabalho temporário, no formato de diária ou empreitada.

Este estudo busca apresentar uma análise das políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência no Estado de Roraima, especialmente, as políticas de atendimento educacional especializado que ganham concretude no Centro de Atendimento Educacional Especializado de Boa Vista – CAE/BV.  Inicialmente, é realizada uma reflexão teórica sobre corpo e deficiência, mostrando como essas noções são conformadas por questões sociais, históricas e culturais que impactam as vidas das pessoas com deficiência. Posteriormente, a partir dos relatos de gestoras, profissionais da educação e mães de pessoas com deficiência, apresenta-se o processo de construção dessas políticas, enfatizando três momentos: a exclusão, a integração e a inclusão.  Essa pesquisa parte da premissa de que as políticas públicas são os instrumentos necessários para que as pessoas com deficiência alcancem autonomia, e ainda de que o atendimento educacional especializado é uma das ferramentas que possibilita operar a inclusão social de pessoas historicamente invisibilizadas. Este trabalho enfatiza a necessidade de compreender que a deficiência exige uma complexidade de ações e que a educação inclusiva deve caminhar concomitantemente ao acesso aos serviços de saúde e de assistência social. Desse modo, propõe-se rever a ideia equivocada de que a deficiência é o fator de limitação das pessoas, propondo que o que as limita são as vivências em situações de desigualdades sociais, econômicas, técnicas e de acessos aos serviços. Assim, a antropologia, como ciência que se ocupa da alteridade, contribui para o alargamento das reflexões teóricas e práticas sobre a deficiência.

This work deals with the Alto São Marcos Indigenous Women's Movement - MIMASM, which was created in the São Marcos Indigenous Land of the state of Roraima, started in 2001 through a partnership with the Organization of Indigenous Women of Roraima - OMIR. The movement is formed by indigenous women living in 10 (ten) different communities in the São Marcos Indigenous Land. Through the initiative of MIMASM and through livestock projects of the Fundação Nacional do Índio – FUNAI, the Kanon Farm was created, managed by these indigenous women. The farm has a mechanism for “rodízio de vaqueiras” among the 10 (ten) communities of which the women of MIMASM are part. The objective of the research is to understand how agricultural production can be linked to the maintenance of indigenous territorial rights and what are the impacts of the initiative to create a women's own movement, aiming to understand the role of indigenous women in family agriculture and livestock. The methodological procedures of this research were the survey of bibliographical references, as well as the accomplishment of semi-structured interviews. The bibliographic research refers to the theoretical study of themes relevant to the objectives of the work, such as family farming, gender, indigenous protagonism, social movements and territoriality. In the field research, face-to-face and remote interviews were carried out with indigenous women from MIMASM and monitoring of the movement's meetings.

Water is not for sale, it is cared for and defended; water is not for sale, because Hip Hop defends it”,
 are phrases that sound melodically between the beats and the desire for transformation of the young
 people of the Movement for Salvadoran Water. Being young is one of the biggest challenges
 in El Salvador. In the midst of violence, young people sought after and recognized, identify themselves
 and belong to a space where their people are recognized and respected. This research studies
 the relationship between and social movements based on processes, convergences and political and
 identity differences that emerged from the young people of Organizações Água Unidas por Água,
 a branch of the Movimento pela Identidade Unidas located in Suchitoto, Cuscatlán. The ethnography
 follows the trajectories of ten young people from the rural area of Suchitoto and the so-called
 “red neighborhoods” of San Salvador, who, between the memory of the war, the "touch me"
 (I have to do), the inspiration of relatives and the transformation ,
 formed a militant identity and a link with the social struggle.

Esta pesquisa intitulada “Protagonismo: Mulheres Indígenas em Movimento e de Movimentos” tem como objetivo discutir o processo de construção do protagonismo e visibilidade da mulher indígena dentro e fora da comunidade e do movimento. Em vista disso, apresenta o contexto histórico da mobilização e organização indígena em movimentos sociais indígenas, como pano de fundo para compreender as mudanças na representação da mulher dentro e fora do movimento. Além do mais, analisa categorias de análise como gênero, identidade, movimento indígena e mídias sociais no contexto indígena, com o intuito de entender o processo de re(construção) da imagem das mulheres indígenas. Para tanto utilizamos como recurso de pesquisa a própria rede social Instagram, ferramenta que os movimentos sociais, militantes e ativistas, vem utilizando cada vez mais devido a sua facilidade de uso e pouco consumo de dados móveis, além de possibilitar a interação e criação de conteúdo que gera informação e mobiliza mais pessoas ao redor do mundo. Outros recursos como livros, artigos, dissertações, teses, jornais, vídeos, e principalmente os perfis @guajajarasonia, @celia.xakriaba, @joeniawapichana, @apiboficial e @anmigaorg no Instagram, foram essenciais para a realização da pesquisa. Concluindo que a visibilidade das mulheres indígenas vem crescendo ao longo dos anos, suas vozes são ouvidas por mais pessoas em diversos lugares do mundo, a luta pelo território e garantia da vida se tornou sua pauta mais compartilhada nos últimos anos e o mais importante, novas ferramentas como as redes sociais digitais passaram a impulsionar sua imagem e voz, permitindo que estas mulheres pudessem (re)construir sua identidade étnica diante do não-indígena.

Ao longo deste estudo busca-se mostrar como a Imprensa contribui para a ressignificação de sentidos e significados, no contexto de imigração venezuelana, influenciando na construção da imagem dos venezuelanos. A investigação trabalha desde a abordagem da mídia sobre a temática, com base nas categorias de representações estabelecidas para os imigrantes, passando pelas manifestações públicas, obtidas a partir da imagem apresentada pelos veículos de comunicação de Roraima, até o recebimento das mensagens emitidas pela mídia. Dentre as diversas reações observadas, a violência simbólica (Bourdieu, Durand), desenvolvida sobretudo por meio da reprodução de discursos, é o que mais fica evidenciada em vários setores da sociedade. A partir desta visão, a reflexão sobre como esses produtos dos meios de comunicação de massa interferem não somente nos fatos sociais, mas também nas emoções dos indivíduos (autóctones ou imigrantes), visto que são marcadas por históricos particulares, mas também por contextos socioculturais. Isso enseja um olhar antropológico cuidadoso sobre o fazer jornalístico, ferramenta manuseada em sistema estruturado por grupos dominantes em cada realidade social.

Esta Dissertação teve por objetivo analisar o deslocamento de indígenas da etnia Warao para Boa Vista/RR, tendo por base as principais legislações internacionais e nacionais sobre os direitos dos povos indígenas no que se refere aos direitos humanos. O abrigo Centro de Referência ao Imigrante (CRI) foi definido como locus para a pesquisa de campo; pois esse, além de figurar em destaque em diversos estudos, é o principal local de acolhimento de tais indígenas na capital do estado de Roraima. A obtenção de dados deu-se através de várias idas a campo; contudo, pelo caráter etnográfico da pesquisa, experiências com os Warao, em outras localidades, também figuram no corpo do trabalho. Com relação à estrutura teórica, o presente estudo conta com quatro capítulos bem delimitados e correlacionados entre si. O primeiro trata dos direitos fundamentais e os povos indígenas; já o segundo se detém sobre os direitos humanos e o CRI. No terceiro, as principais etnografias sobre o povo Warao servem de base para elaboração. O quarto e último tem por ponto nevrálgico a temática do deslocamento indígena. Em suma, pelo ineditismo e a dinâmica do tema, salientamos a máxima necessidade de trabalhos que circundem os indígenas da etnia Warao de forma ampla e densa. 

Esta dissertação analisa o processo de demanda identitária e territorial da comunidade de Bastiões, localizada na zona rural do município de Iracema, na região do Vale do Jaguaribe, no Estado do Ceará, a 304 km de Fortaleza. Ao declinar do reconhecimento enquanto comunidade remanescente de quilombo esta comunidade renunciou a direitos étnicos e territoriais aos quais teria acesso, com base no Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal de 1988. Busca-se verificar como e porque se deu o processo de renúncia a essa demanda identitária e aos direitos territoriais correspondentes e até que ponto a rigidez e a uniformização da legislação quilombola, bem como a forma de intervenção do Estado por meio de seus agentes, contribuíram para a desistência da comunidade em relação à sua demanda identitária e territorial. 

El presente trabajo de investigación se desprende del interés de profundizar sobre el impacto social que ocasiona el fenómeno del racismo en el Perú orientado hacia los migrantes andinos que llegaron a la capital - Lima como producto de la violencia política que vivió el país en la década de los años 80; abordando como punto de partida el análisis de cuatro categorías analíticas: Migración, Violencia, Identidad y Racismo.

La investigación tiene un fundamento teórico en base a autores internacionales y peruanos que interactúan en la materialización de las narrativas de los entrevistados dentro de los contextos sugeridos.

Posteriormente se hace referencia a los espacios urbano marginales que se formaron como producto de la migración interna y de cómo se han ido movilizando en la construcción identitaria de la segunda y tercera generación de migrantes andinos que buscaron expresarse por medio de las Asociaciones de vivienda y festivales de música que concentraban el llamado hacia la paz, así mismo han ido fusionando ritmos musicales incorporando elementos simbólicos de la cultura andina como el quechua, con la finalidad de mantener vigente la comunicación en este idioma, pero apuntando a una tercera generación de migrantes andinos.

Analizamos a profundidad la categoría de identidad presente en todos los capítulos, desde diversas construcciones analíticas, citando ejemplos prácticos del cotidiano en la capital, con la finalidad de desenvolver nuestro tema de interés que son las identidades étnico- raciales manipuladas y atribuidas de una segunda y tercera generación de migrantes andinos, tomando como referente las categorías “cholo” y “serrano” viendo cómo han cambiado sistemáticamente a lo largo del tiempo.

Para concluir compartimos las narrativas de cuatro artistas peruanos que son parte de la segunda y tercera generación de migrantes andinos y que por medio del arte en sus diversas expresiones han logrado incorporar elementos como el, folklore, mestizaje y un nuevo enfoque al llamado proceso de peruanidad que es justamente asumirse como peruanos dentro de una construcción identitaria que a lo largo del presente hemos abierto a la provocación con interrogantes que hagan reflexionar al lector de cómo se conjugan estos procesos en el contexto de la realidad Limeña.

Essa dissertação é uma etnografia da Comunidade Indígena Canauanim construída desde a aproximação junto a comunidade para conseguir autorização para realização da pesquisa, passando pela participação no XIV Festejo Intercultural em 2018, chegando até a oferta de aulas no cursinho pré-vestibular na comunidade. O trabalho está dividido em tres capítulos: o primeiro dedicado a apresentação de apontamentos metodológicos; o segundo situa a Comunidade no contexto histórico das demarcações na Serra da Lua, localiza geograficamente a comunidade e faz uma descrição da organização social dos Wapichana. A partir da experiencia de convivencia foi sendo construída a compreensão sobre o grupo étnico a partir do evento festivo. A etnografia foi sendo inspirada na antropologia da performance(TURNER, 1974; 2005), como uma tentativa de capturar o movimento presente em uma comunidade que se organiza para a realização de uma festa. Outro ponto de destaque é pensar a trajetória da pesquisa, os caminhos que foram sendo construídos após o evento ocorrido, a relação pesquisadora-campo. Partindo das experiencias e das vivências, as informações obtidas mostraram que a festa traz uma sociabilidade Wapichana (CAVALCANTE et al, 2003).

Esta dissertação refere-se às narrativas contemporâneas de circulação de mulheres venezuelanas e da prática de prostituição na fronteira Brasil/Venezuela. O interesse por este estudo partiu da relevância da problemática em torno de uma tríplice questão: migração, fronteira e prostituição, abordando as concepções paradoxais que balizam esse debate em direção aos julgamentos morais que estigmatizam o comércio do corpo e evidenciam implicações sociais que surgem em decorrência dessa comercialização. Buscou-se desenvolver um estudo que priorizasse as narrativas de correntes feministas, analisando o processo de invenção do “outro” a partir da “naturalização” das relações de gênero e nacionalidade, além de identificar como as mulheres venezuelanas imigrantes e em situação de prostituição vivenciam as “heterodesignações” enquanto “outsiders”. Para fins desta pesquisa, foi realizada uma etnografia, tendo como fio condutor os relatos das mulheres venezuelanas sobre suas estórias de vida organizadas a partir de várias incursões ao Passarão, localizado no bairro Caimbé, em Boa Vista.

Não se aplica.