MARCAS DA ANCESTRALIDADE NAS OBRAS LITERÁRIAS DE CRISTINO WAPICHANA
Cristino Wapichana, Literatura Indígena, povo Wapichana.
Esta pesquisa tem por finalidade apresentar uma análise contextualizada das Marcas
da Ancestralidade nas obras de Cristino Wapichana, a saber: A boca da noite (2016),
A cor do dinheiro da Vovó (2019), Sapatos Trocados (2014), com o objetivo de discutir
a identidade Wapichana e as marcas da ancestralidade nas suas narrativas,
pontuando o enfoque da literatura indígena na visão de autores indígenas. Nesse
sentido, indagamos o conceito de literatura indígena e não indigena na concepção do
autor Cristino Wapichana. Para fundamentar a pesquisa, utilizamos a fortuna crítica
sobre o escritor e sobre o povo Wapichana em articulação com os textos teóricos e
críticos: A identidade Cultural na pós-modernidade, de Stuart Hall (2006), Cultura um
conceito antropológico, de Roque Laraia (2008), e destacando as referências de
autoria indígena, a saber: Contrapontos da literatura indígena contemporânea no
Brasil, de Graça Graúna (2013), Metade Cara, metade Máscara, de Eliane Potiguara
(2019), A Vida Não é Útil de Ailton Krenak (2020). Através desta pesquisa foi possível
verificar as marcas da ancestralidade e algumas características culturais do povo
Wapichana, povo indígena do estado de Roraima. O escritor Indígena Cristino
Wapichana vem dando visibilidade à literatura indígena no Brasil. Suas obras vêm
recebendo premiações importantes, como o concurso Tamoio de literatura com o livro
A onça e o Fogo pela FNLIJ em 2007, como reconhecimento pelos trabalhos
direcionados à cultura indígena do Brasil. Esta pesquisa valoriza e reconhece a
literatura indígena como fortalecimento da cultura e dos conhecimentos tradicionais,
e que visa contribuir e ampliar as discussões sobre a literatura indígena, possibilitando
a interação com esses saberes no contexto escolar de forma mais reflexiva e
contextualizada.