VULVA CRIATIVA: UM COLETIVO ECOFEMINISTA NO ESTADO DE RORAIMA
Vulva Criativa; movimentos sociais; ativismo; coletivos; ecofeminismo.
Este trabalho é o resultado de uma etnografia realizada com o(a) Vulva Criativa, um agrupamento ecofeminista que se organiza sob a dualidade coletivo/rede no Estado de Roraima. Assumindo a configuração de um coletivo, é fechado e limitado a um número restrito de jovens mulheres. Na condição de uma rede, que presta apoio ao coletivo – e vice-versa –, é transfronteiriço e aberto a ativistas autônomas de qualquer parte do planeta. O objetivo do trabalho é compreender a dinâmica do movimento ecofeminista Vulva Criativa no Estado de Roraima. Para tanto, apoiei-me nas narrativas de três integrantes do coletivo: as duas fundadoras (uma delas migrante venezuelana) e uma das integrantes mais recentes. Durante a pesquisa de campo, percebi que o agrupamento atende aos princípios de um coletivo, tais como, autonomia e horizontalidade e organiza-se, mesmo que com certa dificuldade, para equilibrar o difícil desafio que é o de conciliar ativismo com a necessidade de sobrevivência?! Sobretudo, após os impactos causados pela pandemia de SARS-CoV-2 na parcela da população que labora por conta própria para sobreviver, como é o caso da maioria delas. Por tal razão, diante da realidade de uma necessidade de sobrevivência material, o coletivo, ao que parece, utiliza as mídias sociais digitais da rede como uma espécie de vitrine para visibilizar ativistas. Por outro lado, imprimindo uma marca própria de atuação, a rede mobiliza uma certa essencialização na linguagem, como tentativa, talvez, de favorecer uma conexão entre mulheres e meio ambiente natural, de caráter ecofeminista.