OCUPAÇÃO URBANA E USOS DO SOLO EM UM TRECHO DO BAIXO RIO CAUAMÉ NA ZONA LESTE DE BOA VISTA, RR
Impactos Ambientais. Sustentabilidade. Recursos hídricos. Planejamento urbano.
A produção do espaço urbano de Boa Vista, RR é resultado de um complexo de condicionantes. Com frequência, o processo de ocupação e crescimento dos centros urbanos ocorre a partir de um planejamento empírico atendendo a interesses de pequenas classes sociais e desarticulado de outros elementos que compõem a paisagem. Os rios urbanos, em um contexto de expansão urbana desordenada, têm sido os espaços naturais mais afetados, evidenciando a necessidade de ações voltadas para integração do gerenciamento urbano e ambiental de forma sustentável. A cidade de Boa Vista, por exemplo, nos últimos 30 anos vem apresentando em seu histórico de uso e ocupação do solo, degradação dos recursos hídricos, supressão das matas ciliares e canalização dos rios. A presente pesquisa teve como objetivo geral apresentar uma análise da evolução de uso e ocupação do solo entre o período de 1989 a 2019 e caracterizar os possíveis impactos ambientais em um trecho do Baixo Rio Cauamé, zona leste de Boa Vista, RR. A metodologia empregada para compreensão de tais mudanças baseou-se na confecção de mapas de uso e ocupação do solo com imagens Landsat 5 e Landsat 8, utilizando o software Arcgis. In loco foi realizada a identificação dos principais impactos, levando em consideração a APP da área de estudo, com limites estabelecidos pelo Código Florestal, possibilitando a espacialização destes impactos. Uma matriz de impactos de caráter quali-quantitativo foi gerada e algumas medidas mitigadoras foram propostas. Os resultados evidenciaram que a classe savana parque foi a vegetação que mais cedeu áreas para a urbanização, contudo a savana ainda é predominante na área de estudo com 36,23%, correspondendo a 1,96 Km². De acordo com os aspectos observados em campo, os principais impactos ambientais encontrados foram a supressão vegetal, deposição de resíduos sólidos, processos erosivos, edificações irregulares, poluição sonora e restos de fogueiras. Medidas de gestão que mitiguem os impactos ambientais devem ser introduzidas na área de estudo, para que o processo de crescimento urbano aconteça com o menor impacto ambiental possível na bacia hidrográfica do Baixo Rio Cauamé.