CONTAMINANTES EMERGENTES E PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE DE BACTÉRIAS NA MICROBACIA DO RIO BRANCO, RORAIMA, EXTREMO NORTE DA AMAZÔNIA
Palavras-chave: Cafeína. Amoxicilina. Águas superficiais. Espectroscopia NIR. Resistência bacteriana. Amazônia.
As águas superficiais são os principais corpos receptores dos contaminantes emergentes e de bactérias resistentes a antibacteriano, pois recebem esgotos urbanos, hospitalares, industriais, o escoamento superficial, bem como o sistema de drenagem, tornando-se facilmente um meio propagador de doenças, ocasionando impactos à saúde e ao ambiente. Novas técnicas analíticas têm possibilitado investigar a ocorrência de contaminantes emergentes, como a cafeína e a amoxicilina, somadas a possibilidade de se avaliar o perfil de susceptibilidade de bactérias a antibacterianos, bem como a identificação dessas bactérias. Estudos como estes, ainda são escassos no Brasil, principalmente na região Amazônica. Diante disto, o objetivo desta pesquisa, pioneira na região, foi investigar a ocorrência dos contaminantes emergentes cafeína e amoxicilina e avaliar o perfil de susceptibilidade de bactérias a antibacterianos na microbacia do Rio Branco, Roraima, extremo norte da Amazônia. Para tanto, utilizou-se a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detector de ultravioleta (HPLC-UVDAD) para identificação da cafeína e da amoxicilina; o método de difusão em Ágar, para avaliar o perfil de susceptibilidade das bactérias e o método de Matrix Assisted Laser Desorption/Ionization Time of Flight Mass Spectrocopy (MALDI-TOF/MS), bem como a Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR) para identificação das bactérias resistentes. Os resultados deste estudo, estão distribuídos em três artigos que compõe esta tese, em que, de forma geral, demonstraram a presença de cafeína, considerada um indicador de contaminação por esgoto, e amoxicilina, indicadora de substâncias recalcitrantes, na microbacia do Rio Branco, sendo a cafeína detectada com maior frequência. Os resultados também revelaram a presença de bactérias resistentes, inclusive à amoxicilina, em alguns dos pontos estudados, sendo identificada a presença de bactérias que causam doenças de veiculação hídrica. Neste estudo, ficou evidente que a espectroscopia NIR, técnica rápida, precisa e não invasiva, permitiu identificar isolados de bactérias em amostras de águas superficiais, bem como agrupá-las conforme o tipo de Gram. Estes resultados apontam para a necessidade da continuação de estudos com os objetivos aqui propostos, monitorando os contaminantes emergentes, bem como, avaliando a presença de microrganismos resistentes a antimicrobianos em ambientes aquáticos, de forma a contribuir para sustentabilidade ambiental, inclusive quanto a saúde da população.