DISPONIBILIZAÇÃO DE PEPTÍDEOS BIOATIVOS DE SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA PESQUEIRA DO EXTREMO NORTE DA AMAZÔNIA
Resíduos; Indústria de alimentos; Enzima proteolítica; Peptídeos bioativos.
Entre as diversas atividades econômicas que causam impactos ao meio ambiente, o setor da pesca destaca-se devido à grande geração de resíduos em todas as etapas do seu processo produtivo, desde a captura até a comercialização do pescado. A partir deste fato, torna-se necessário o emprego de alternativas para o reaproveitamento dos resíduos gerados por essa atividade, podendo proporcionar a obtenção de produtos de valor agregado para a indústria, devido ao enorme conteúdo proteico do pescado. Os consumidores estão cada vez mais à procura de alimentos minimamente processados e/ou com propriedades funcionais e que possuam longo tempo de prateleira, porém preparados sem a adição de conservantes químicos, o que tem estimulado as indústrias e instituições de pesquisa a buscar novas tecnologias de conservação e processamento de produtos alimentícios que sejam nutricionalmente benéficos à saúde. Uma alternativa para aumentar a segurança e a vida de prateleira dos alimentos é a bioconservação, na qual peptídeos bioativos, com propriedades biológicas como antioxidante e antibacteriana, obtidos a partir de hidrólise enzimática são microencapsulados e aplicados. Nesta perspectiva, o objetivo deste projeto de pesquisa é disponibilizar peptídeos bioativos encapsulados a partir da hidrólise enzimática, utilizando como matéria-prima subprodutos gerados da indústria da pesca do extremo norte da Amazônia. Os resíduos de tambaqui (Colossoma macropomum), serão hidrolisados utilizando a enzima alcalase, avaliados quanto ao potencial antioxidantes e antibacterianos e encapsulados através do método de liofilização. As microcápsulas serão avaliadas quanto às características físico-químicas, a fim de desenvolver um vetor de transporte de peptídeos eficiente, e aplicadas em hambúrgueres com o objetivo de verificar a função conservante e oxidante para uma possível substituição ao antioxidante químico (BHT), comumente utilizado na indústria de alimentos. A partir dos resultados obtidos, a pesquisa poderá sugerir a aplicação destes peptídeos bioativos nas áreas de Ciência e Tecnologia de Alimentos e Nutrição, por aumentar potencialmente o valor nutricional, a vida de prateleira e a segurança de produtos alimentícios, além de contribuir com o desenvolvimento de alimentos funcionais, visando inserir/manter o Brasil na vanguarda de uma área emergente de pesquisa, com grande potencial para geração de novos produtos.