EPIDEMIA POR HIV/AIDS EM RORAIMA (BRASIL) E EM HONDURAS (2005-2015): UMA ANÁLISE ESPACIAL E COMPARATIVA
Determinantes Sociais da Saúde. Políticas Públicas. Sistemas de Informação Geográfica. Geografia da Saúde.
A presente dissertação consiste em uma análise espacial e comparativa sobre a epidemia por HIV/AIDS, no Estado de Roraima (Brasil) e em Honduras, frente aos Determinantes Sociais da Saúde (DSS). A pesquisa analisou a distribuição da mortalidade e da prevalência por HIV/AIDS, nos municípios/departamentos de ambas as regiões, no período de 2005 a 2015: traçando o seu perfil demográfico; descrevendo a distribuição dos determinantes sociais (ambientais e socioeconômicos) associados ao HIV/AIDS, e as políticas públicas voltadas para o tratamento e a proteção das pessoas vivendo com HIV; discutindo, ainda, a respeito da inflexão na notificação de novos casos, em Honduras, a partir de 1993, por culpa do cataclismo causado pelo furacão Mitch, em 1998. Esta pesquisa representa um estudo quantitativo, descritivo e comparativo, baseado em dados secundários, obtidos em sistemas de informação brasileiros e hondurenhos on-line. Para dar resposta aos objetivos propostos, foi realizado um levantamento bibliográfico, além de elaborada uma coleção de mapas sobre a distribuição do HIV/AIDS e dos seus diferentes DSS, por meio do uso de um SIG. Como resultado, pode-se indicar que a prevalência roraimense de HIV/AIDS foi de 314 casos/100 mil hab., tendo sido notificados 1.414 casos de HIV/AIDS, sendo 918 (65%) casos masculinos e 496 (35%) femininos, além de 312 óbitos, no período estudado. A média de mortalidade foi de 41 óbitos/100 mil hab. e em Honduras 7 óbitos/100 mil hab.. Ainda em Honduras, foram encontrados 6.526 casos notificados de HIV/AIDS, sendo 3.678 (56%) masculinos e 2.848 (44%) femininos, com 1.120 óbitos; todos os departamentos apresentaram casos de HIV/AIDS, sendo a média de prevalência hondurenha de 73 casos/100 mil hab., o que representa menor risco para a população, se comparado à média roraimense (162 casos/100 mil hab.). A taxa estimada de letalidade, em Roraima, foi de 22%, e, em Honduras, de 17%, afirmando um maior risco de morrer por HIV/AIDS em Roraima. O Brasil se posiciona como referência mundial em políticas públicas para o tratamento e a prevenção do HIV/AIDS, enquanto Honduras tem ampliado sua política de tratamento, sendo que ambas as regiões dispõem de leis especiais para o cumprimento dos direitos e deveres das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (PVHIV/AIDS). Urge, no entanto, a redução da subnotificação, especialmente, em Honduras, assim como a implementação de campanhas educativas contra o estigma e o medo da testagem para HIV/AIDS, em ambas as regiões. Consideradas as semelhanças sociopolíticas existentes entre Roraima/Brasil e Honduras, recomenda-se o estabelecimento de parceria para o compartilhamento de tecnologias, para a redução da letalidade por HIV/AIDS.