Banca de DEFESA: TONY ANDREY BICHINSKI TEIXEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TONY ANDREY BICHINSKI TEIXEIRA
DATA: 26/11/2020
HORA: 14:00
LOCAL: PRONAT/UFRR - VIA REMOTA
TÍTULO:

VARIAÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL DE EVENTOS REPRODUTIVOS DAS AVES NO PARQUE NACIONAL DO VIRUÁ – RORAIMA

PALAVRAS-CHAVES:

Reprodução. Aves Amazônicas. Módulo PELD. Amazônia Setentrional.

PÁGINAS: 149
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

A biologia reprodutiva pode revelar padrões espaciais e temporais fundamentais para entender as estratégias de vida das aves. Com esse intuito, monitoramos as atividades reprodutivas das aves no Parque Nacional do Viruá (PNV) através de buscas ativas e padronizadas durante um ciclo anual. Para realizar este estudo utilizamos a grade de 5 x 5 km (25 km de trilhas) instalada no PNV pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade, e monitorada pelo Projeto Ecológico de Longa Duração Florestas de Roraima (PELD FORR). Mensalmente, entre março de 2019 e fevereiro de 2020, amostramos 15 transectos de 750 m cobrindo os três principais tipos fitofisionômicos do PNV (florestas de terra firme, campina e igapó). Nestes transectos realizamos amostragem por distância (distance sampling), onde foi medida a distância do observador a cada registro reprodutivo, permitido modelar a probabilidade de detecção de cada registro. Além destas observações padronizadas, realizamos observações oportunistas ao longo das trilhas disponíveis no PNV. A presente dissertação foi organizada em dois capítulos. O primeiro capítulo apresenta todas as informações obtidas durante a amostragem, incluindo transectos e trilhas, e visa entender os padrões sazonais e espaciais de reprodução, explorando as estratégias reprodutivas, como tipo e altura dos ninhos e número de ovos. O segundo capítulo apresenta os resultados da amostragem por distância nos transectos, e tem por objetivo testar o efeito da pluviosidade e nível de alagamento no padrão reprodutivo das aves. Ao todo, registramos 185 eventos reprodutivos, de 66 espécies de aves, de 27 famílias. Nossos resultados demonstram que apesar de termos registrado eventos reprodutivos em todos os meses do ano, a maior parte das espécies e famílias iniciam sua reprodução com o início das chuvas (maio), estendendo-se até o início da seca (dezembro). Os padrões reprodutivos encontrados são espécie-específicos, com diferentes espécies utilizando períodos diferentes para se reproduzir. Registramos quatro tipos básicos de ninhos, mas apenas as aves que nidificam em cavidades se reproduziram em todas as épocas do ano, sugerido que o tipo de ninho possa ser um limitante sazonal. A altura dos ninhos variou de zero (chão) a ~20m, variando nas distintas fitofisionomias; ninhos nas florestas de terra firme foram, em média, mais altos que no igapó. O número de ovos colocados em todos os ambientes foi de aproximadamente dois por ninhos, um número relativamente baixo, típico de espécies tropicais que possuem com baixa produtividade e alto investimento parental. A amostragem padronizada apresentada no capítulo 2, indicou que o ciclo reprodutivo das aves é influenciado pela pluviosidade: as aves iniciam seu período reprodutivo com as primeiras chuvas. Entretanto, não achamos um efeito do tipo de habitat em do pulso de inundação. Este estudo representa o primeiro do tipo na Amazônia setentrional e resultou na descoberta de um ninho ainda não descrito (Celeus flavus) e as primeiras evidencias reprodutivas no Brasil para 3 espécies e para o estado de Roraima para outras 44 espécies de aves. Acreditamos que este estudo abre novas perspectivas para o estudo dos ciclos reprodutivos das aves na região

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 004.497.069-23 - LUCIANO NICOLAS NAKA - INPA
Externo ao Programa - 513.437.462-72 - MARIO ERIC COHN HAFT - York
Externo ao Programa - 333.962.051-20 - MIGUEL ÂNGELO MARINI - UnB
Interno - 627.010.027-53 - REINALDO IMBROZIO BARBOSA - INPA