Projeto Pedagógico do Curso

As características que compõem o perfil do egresso de um curso de graduação são, por um lado, o resultado de um processo de formação acadêmica e, por outro, a entrada para um processo de integração do profissional ao mercado de trabalho. Nesse sentido, a especificação do perfil do egresso de um curso de graduação exige a articulação entre a formação acadêmica e as exigências da prática profissional.  Nos últimos anos pôde-se perceber um conjunto de transformações tecnológicas, políticas e sociais que provocaram grande impacto na expectativa da sociedade em relação à atuação dos profissionais liberais de praticamente todas as áreas de atividade. Na área de engenharia elétrica, o conceito de competência profissional foi profundamente modificado, atingindo todas as suas especialidades. Esse processo de modificação do mercado de trabalho está exigindo profissionais mais qualificados tecnicamente, mas, ao mesmo tempo, com competências de interação com outros profissionais, conhecimento de outros idiomas, além do português e inglês e de um modo geral, que seja um profissional com grande capacidade de adaptação à evolução tecnológica e social.  Um dos principais motores destas modificações está no avanço tecnológico, portanto, a capacidade de absorver e incorporar a utilização de novas ferramentas, softwares e equipamentos à rotina de trabalho, tem sido exigida de profissionais de diversas áreas, ainda mais ao profissional de Engenharia Elétrica, que deve ter maior familiaridade na utilização destas ferramentas. Este será o responsável por enxergar onde a tecnologia pode avançar um pouco mais e propor novas ferramentas e métodos. Isso pode ser observado nos campos da telefonia, redes de comunicações, sistemas industriais e de automação, indústria automotiva, distribuição de energia elétrica e muitos outros que são pressionados a oferecer serviços de maior qualidade. A competitividade presente no mercado de trabalho exige dos novos engenheiros boa formação e grande capacidade inovadora.  Além disso, o conceito atual de formação profissional vai muito além da qualificação técnica. A transição de uma “sociedade industrial” para uma “sociedade da informação”, a globalização, o mercado altamente competitivo e o forte impacto das tecnologias sobre a organização social e o meio ambiente, levaram à percepção de que ao engenheiro não cabe mais apenas fazer tecnologia, mas também lidar com essa tecnologia. Nesse sentido, uma qualificação necessária aos profissionais, não só de engenharia, é a capacidade de gerenciar a grande quantidade de conteúdo disponível, sendo necessário separar dentre uma grande quantidade de informações, aquelas que são relevantes ao meio em que este está inserido.  A atual formação tecnicista deve ser substituída pela formação de cidadãos preparados para coordenar informações, interagir com pessoas e interpretar de maneira dinâmica a realidade, para assim, contribuir efetivamente nas decisões a favor da sociedade.   Deve ser capaz, ainda, de avaliar suas opções e decidir sua forma de atuação, ciente das relações sociais, políticas, ambientais, econômicas, científicas e tecnológicas do meio onde se insere como indivíduo e profissional. E dessa forma intervir de forma crítica, produtiva, competente e eficaz, nos moldes do ambiente onde irá atuar, considerando as características dessas relações.  Diante de uma realidade em que as inovações tecnológicas se apresentam em um ritmo acelerado, em que o conhecimento pode se tornar obsoleto em um curto período de tempo, espera-se desse novo profissional a capacidade de aprender e de acompanhar mudanças, sendo esta capacidade necessária para sua rápida adaptação em diferentes funções, principalmente em ambientes altamente competitivos. Dessa maneira, espera-se que o profissional assuma uma atitude empreendedora e postura de constante desenvolvimento profissional.  O novo engenheiro deve ser capaz de absorver novas tecnologias, atuar em áreas novas e ter flexibilidade para atuar em áreas interdisciplinares. Nesse aspecto, uma formação generalista é de especial importância. Quanto mais especializado for um engenheiro, mais difícil será sua adaptação às mudanças na engenharia e mais restrito será seu campo de atuação. 

Para atuar nesse cenário, o engenheiro eletricista com o perfil desejado pelo Curso de Engenharia Elétrica da UFRR deverá possuir uma formação que lhe permita o exercício das seguintes competências e habilidades gerais em sua área de atuação:
• planejar, supervisionar, coordenar e executar projetos e serviços; • supervisionar e avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; • projetar, avaliar, desenvolver ou utilizar novos produtos, processos ou sistemas, analisando não apenas os aspectos técnicos e econômicos, mas também as possíveis implicações sociais e ambientais, incorporando-os como aplicações práticas no âmbito de suas funções; • reconhecer problemas e formular soluções no âmbito de suas funções, mediante ações cientificamente fundamentadas, tecnicamente adequadas e socialmente significativas; • incorporar à sua área de conhecimento e de atuação profissional avanços que ocorrem em outras áreas e na vida cotidiana, além de transferir seus conhecimentos para a vida cotidiana e para essas outras áreas, visando contribuir para melhoria de sua qualidade; • iniciativa, criatividade, vontade de aprender, flexibilidade à mudança, consciência da qualidade e das implicações éticas do seu trabalho, enfrentando as novas situações e os impactos das complexas transformações tecnológicas e sociais; • expressão e comunicação com seu grupo, superiores hierárquicos ou subordinados, de cooperação, de trabalho em equipe, de diálogo, de exercício da negociação e de comunicação interpessoal; • pensar estrategicamente, agir conforme seus conhecimentos, introduzir modificações no processo de trabalho, atuar preventivamente; • assumir postura empreendedora e de permanente busca de atualização profissional. 

Formar este novo profissional é o desafio que se apresenta no momento, mas que é encarado de forma positiva pelo corpo docente do Curso de Engenharia Elétrica da UFRR e pelos seus pares que somam forças para a sustentação de um curso que deve ser um agente transformador da região.

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