Desde o início da humanidade, as plantas medicinais são utilizadas na medicina tradicional para tratar uma grande variedade de doenças e esse conhecimento vem sendo acumulado desde a antiguidade até os dias atuais. O Brasil, é considerado o país que possui a maior biodiversidade do Planeta, cujas espécies são usadas como alimentos, fibras, madeiras, condimentos, aromas, princípios ativos e medicamentos, sendo seus extratos fonte de matéria prima para o desenvolvimento de fármacos a partir de seus metabolitos secundários. Entre as plantas que tem ocorrência na região da Amazônia Setentrional, destaca-se a Lippia origanoides Kunth (OELO), conhecida popularmente como alecrim-pimenta, estrepa-cavalo, em Roraima é conhecida popularmente como salva do campo, facilmente encontrada nas regiões de savanas e lavrados. O potencial farmacológico de seu óleo essencial (OE) é conhecido no tratamento de diversas patologias relacionadas ao sistema respiratório, bem como atividades bactericida, antifúngicas, antiparasitária, larvicidas, antioxidante e inibidor da enzima acetilcolinesterase in vitro e in vivo no Aedes aegypti. Cada óleo essencial é formado por uma mistura complexa de fitoconstituintes naturais em concentrações muito diferentes, podendo ser associados a quimiotipos da mesma espécie, extraídos principalmente de plantas aromáticas. Normalmente, são esses compostos majoritários que determinam o quimiotipo e suas propriedades farmacológicas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é realizar um estudo da composição química, avaliar se o óleo essencial extraído das folhas frescas da espécie Lippia origanoides Kunth apresenta atividade antioxidante e capacidade de inibir a Acetilcolinesterase no organismo modelo Caenorhabditis elegans. Para isso, realizaremos a identificação e quantificação (GCMS e GCFID), realizamos atividade antioxidante química, avaliação da capacidade das células tratadas com amostras reduzirem o MTT, analisar a toxicidade do óleo essencial de EOLO no modelo animal C. elegans, analisar o tratamento com o EOLO no Estresse Oxidativo no modelo animal C. elegans e analisar a paralisia no modelo animal C. elegans, com o tratamento do EOLO. Os constituintes majoritários foram carvacrol-22.64%, timol-16.77%, p-cimene-14.85%, (E)-cariofileno-9.86% e Linalol-3.41%. O OELO não foi tóxico e apresentou atividades antioxidantes e antienvelhecimento in vivo no modelo de C. elegans. Além disso, o EOLO mostrou efeito protetor contra a agregação anormal de proteínas. De acordo com os resultados apresentados, podemos sugerir que o EOLO pode se tornar um potente agente farmacológico contra a demência, promovendo ação antioxidante e, consequentemente, melhorando a vida e a saúde de C. elegans.

A biodiversidade da Amazônia tem grande potencial para ser explorada de forma sustentável. Nas regiões produtoras de camu-camu [Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh] são constatadas o desperdício dos frutos e, quando processados, dos resíduos da extração de polpas e produção de suco, que a maioria das vezes são descartados inadequadamente no meio ambiente. Desta maneira, desperdiçam-se insumos importantes, uma vez que, possuem potencial agroindustrial e nutracêutico para serem introduzidos em novos produtos, como matéria-prima ou complementação/suplementação, desde que, o processamento seja viável para região e o produto final atenda as normas regulamentadoras. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi formular e caracterizar produtos à base de frutos e resíduos da produção de polpa e suco de camu-camu gerados em Roraima. Foram formulados protótipos de farinha de camu-camu, a partir de frutos inteiros e de resíduos (cascas e sementes) da extração de polpas e produção de suco secos em diferentes métodos secagem, enriquecendo, posteriormente, farinha de mandioca (Manihot esculenta Crantz), tipo d’água, tornando-a enriquecida nutricionalmente. A pesquisa buscou possível atender a demanda de agroindústrias familiares por alimentos regionais, desenvolvendo produtos funcionais à base de camu-camu e resíduos da produção de polpas e sucos. Utilizaram-se técnicas de baixo custo para que possam ser efetivamente reproduzidas e adotadas em regiões produtoras. Com a formulação da farinha de camu-camu foi possível enriquecer outros alimentos de grande aceitação e alto valor energético, como é o caso da farinha de mandioca enriquecida, que desempenha papel importante na dieta alimentar da população brasileira, principalmente, na região Norte do país. Desta forma, o beneficiamento e reaproveitamento dos frutos e resíduos oriundos de extração de polpas e sucos, indica a viabilidade qualitativa para produção de bioprodutos, que possam contribuir com a segurança alimentar, amenizando a má nutrição da população da região, além de colaborar com a oportunidade de trabalho e geração de renda, garantindo também, ganhos econômicos e sociais. Os resultados apontam que, a qualidade agroindustrial e nutricional de protótipos de farinhas a base de camu-camu é diferenciada, em função da matéria-prima utilizada, do método de secagem e do tempo de armazenamento. As farinhas a base de frutos inteiros e resíduos do beneficiamento de camu-camu apresentam satisfatória concentração de macro e micronutrientes, sendo alternativas para industrialização dessa fruta, principalmente, em 10 regiões produtoras, resultando em um bom aproveitamento de suas qualidades agroindustriais e nutricionais. 

O Brasil possui uma grande variedade de espécies frutíferas nativas e exóticas com potencial e interesse para indústria. Diante de tamanha riqueza, destacam-se os frutos amazônicos, tucumã, pupunha e bacupari. No entanto, a literatura pouco reporta acerca de dados desses frutos, principalmente a fração semente, que por sua vez, se torna resíduo, quando na verdade podem ser ricas em diversos compostos, podendo dar origem a excelentes produtos e subprodutos. Além disso, as sementes e polpas de frutos podem apresentar conteúdo lipídico expressivo e de interesse tecnológico. Desse modo, surge a necessidade de pesquisas científicas sobre tais frutos e suas propriedades. O objetivo desse trabalho, é caracterizar as sementes dos frutos tucumã (Astrocaryum vulgare), pupunha (Bactris gasipaes) e bacupari (Garcinia Gardneriana) bem como, obter e avaliar as propriedades dos óleos obtidos a partir das porções, polpa e semente, posteriormente encapsular e caracterizar as cápsulas obtidas. Para tanto, foram realizadas nas sementes e polpas dos frutos, análises de potencial hidrogeniônico (pH), acidez titulável, atividade de água (Aw) e composição centesimal, tendo resultados potenciais quanto ao teor de fibra, conteúdo mineral, carboidratos. Além disso, as sementes do tucumã e da pupunha se destacaram como matérias primas de alto contéudo lipídico, diferentemente do bacupari. No entanto, a semente do mesmo, mostrou ser fonte de carotenoides, vitamina C e no geral, as sementes dos frutos apresentaram ainda, valor expressivo para, compostos fenólicos e atividade antioxidantes (DPPH, FRAP,e β-caroteno), torna-as insumos de potencial tecnológico, além de promoverem benefícios a saúde do consumidor. Foram realizadas também, determinações de compostos antinutricionais como: fitato, taninos totais, taninos condesados, inibidor de tripsina e compostos cianogênicos, onde foram detectados nas sementes do bacupari e tucumã a presença de fitato e taninos totais, porém, técnicas de processamento podem auxiliar na eliminação desses. Quanto aos óleos obtidos das frações polpa e semente dos frutos, os parâmetros avaliados mostraram resultados satisfatórios quanto ao grau de insaturação, através dos índices de refração e de iodo. O índice de saponificação, responsável por indicar deterioração, também se apresentou em conformidade. Para acidez, as amostras das sementes dos frutos e polpa do tucumã atendem ao Codex Alimentarius Commission e RDC 270/2005. O trabalho terá seguimento com extração dos óleos utilizando-se diferentes metodologias de extração e também a análise da estabilidade oxidativa dos óleos.