Histórico Toponímico de Roraima do Século XIX
Toponímia roraimense; Século XIX; Relatório de viagem.
Esta pesquisa insere-se nos estudos da Onomástica, especificamente na Toponímia (Dick, 1990a,
1990b, 2006) e aciona conceitos acerca do signo linguístico e o princípio da arbitrariedade
(Saussure, 2006), além da relação entre denominação, referência e Onomástica (Lyons, 1987;
Seabra, 2006). O objetivo geral consiste em analisar os topônimos circunscritos a Roraima no
relatório de viagem de Robert Hermann Schomburgk, elaborado no século XIX e intitulado
Journey from Fort San Joaquim, on the Rio Branco, to Roraima, and Thence by the Rivers Parima
na Marewari to Esmeralda, on the Orinoco, in 1838-9. A metodologia adota duas etapas
principais, alinhadas aos objetivos específicos: (1) a coleta dos dados toponímicos realizada por
meio da leitura do relatório, para listar os nomes de lugares circunscritos a Roraima no relatório de
viagem e classifica-los em fichas lexicográfico-toponímicas, segundo os critérios metodológicos
adaptados de Procópio e Marengo (2024); (2) a descrição dos topônimos, para descrever os
designativos quanto aos seus padrões motivadores, observando a permanência ou manutenção da
nomenclatura ao longo do tempo. Os resultados parciais indicam a presença de aproximadamente
270 topônimos no relatório, dos quais cerca de 13 circunscrevem a Roraima. Os nomes, em sua
maioria, apresentam origem indígena, com apenas dois de origem portuguesa, o forte “São
Joaquim” e o rio “Branco”. A análise aponta que os topônimos citados no relatório permanecem
em uso, com uma alteração identificada até o momento: o riacho “Ororopi”, atualmente “igarapé
da Garrafa”.