AS MULHERES QUE FAZEM A FESTA: A REPRESENTAÇÃO FEMININA ENTOADA NO FESTIVAL DE PARINTINS
Toadas de boi -bumbá. Festival de Parintins. Mulher. Amazônia. Contracolonial
O objetivo desta pesquisa é analisar, por um viés contracolonial, as toadas dos
bois-bumbá Caprichoso e Garantido que falam sobre as mulheres da Amazônia. As
toadas parintinenses são verdadeiras armas de luta, no sentido que Antônio Bispo dos
Santos propõe, contra um mundo colonial que ainda vivemos. Ao longo da história do
Festival de Parintins, a participação das mulheres foi aumentando, de proibidas de
participarem até serem exaltadas na arena do Bumbódromo. Isso nos faz perguntar
como as mulheres são representadas nas toadas do Festival de Parintins? Como
procedimento metodológico, recorremos à pesquisa bibliográfica em material
teórico/crítico, realizando uma revisão narrativa, juntamente da leitura das letras das
toadas pré-selecionadas e do suporte teórico, bem como ensaios críticos sobre a
temática e os regulamentos que regem o Festival de Parintins. Para isto, utilizamos os textos de Antônio Bispo dos Santos (2015, 2023) e Ailton Krenak (2020, 2022) sobre o
contracolonial e a fortuna crítica produzida por Sérgio Ivan Braga (2002, 2011), Diego
Omar e Ericky Nakanome (2022), Nakanome (2017) e Adan Silva e Sinny Lopes (2024)
acerca do Festival de Parintins e a cultura do boi-bumbá. Ao analisar as toadas que
compõem o nosso corpus e a história dos bois, é notório que houve uma progressão
quanto a participação da mulher amazônida, mas que ainda está longe de ser o ideal.