DESEMPENHO VEGETATIVO E REPRODUTIVO DO MILHO VERDE (Zea mays) CONSORCIADO COM MUCUNA-PRETA (Mucuna pruriens) E INCIDÊNCIA DE ATAQUE DE INSETOS-PRAGA
Consórcio de plantas.Controle cultural. Cultivo alternativo. Percevejo pé-de-folha. Mosca-da-espiga.
A cultura do milho possui alto potencial produtivo podendo chegar a 20.000 kg.ha-1 de grãos por safra, contudo inúmeros fatores bióticos e/ou abióticos podem reduzir essa produtividade. A adubação nitrogenada e o ataque de insetos-praga são os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento vegetativo e ganho de produtividade da cultura do milho. O cultivo consorciado do milho com leguminosas pode favorecer o ganho em produtividade pela maior oferta de nitrogênio, além de reduzir o ataque das pragas-chave da cultura do milho. Neste contexto, objetivou-se com esta pesquisa avaliar o desempenho vegetativo e reprodutivo do milho verde cv. AG 1051 consorciado com mucuna-preta (Mucuna pruriens), visando aprodução de espiga verde sem o uso de qualquer outro método de controle de insetos-praga além do cultural. O experimento foi realizado no ano de 2019, no campo experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima –CCA/UFRR. Adotou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso com seis tratamentos e quatros repetições. Os tratamentos foram compostos por: T1 –Mucuna-preta solteira; T2 –Milho verde solteiro; T3 –Milho verde + Mucuna-preta em plantio simultâneo sem poda; T4 –Milho verde + Mucuna-preta plantada aos 30 DAP do milho, T5 –Milho verde + Mucuna-preta com poda feita a 50 cm do solo aos 30 DAP do milho e T6 –Milho verde + Mucuna-preta com poda feita a 25 cm do solo aos 30 DAP do milho. Aos 20, 30, 40, 50, 60 e 70 dias após o plantio (DAP) foi realizada a avaliação das variáveis biométricas relacionadas ao desenvolvimento vegetativo, e aos 70 DAP realizou-se a análise dos componentes de produção da cultura. De todas as variáveis analisadas na fase vegetativa do milho, apenas a altura da inserção da primeira espiga foi afetada pelo consórcio. Na fase reprodutiva do milho a maioria das variáveis de produtividade foram influenciadas pelo consórcio com a mucuna-preta, com exceção do comprimento da espiga com palha e a massa das espigas comerciais sem palha. A mucuna-preta em consórcio com o milho não sofreu alteração no seu desenvolvimento vegetativo, com exceção para a variável altura da planta. Os componentes de produtividade da mucuna-preta no consórcio com o milho foram favorecidos, no entanto no monocultivo estas variáveis foram comprometidas pela senescência das folhas aos 123 DAP. Apesar da interferência da mucuna-preta na maioria dos atributos de produção do milho, não houve desfavorecimento do cultivo consorciado domilho com a mucuna-preta. O cultivo consorciado de mucuna-preta e milho não foi eficiente no manejo do percevejo pé-de-folha (Leptoglossus zonatus), contudo para as lagartas (Spodoptera frugiperda e Helicoverpa sp.) a mucuna-preta com alta produção vegetal de parte aérea reduziu o ataque nas espigas verde e o plantio da leguminosa aos 30 DAP do milho favoreceu a redução do ataque da mosca-da-espiga (Euxesta mazorca) nas espigas verde. O cultivo do milho, sem o uso de controle químico, no manejo do percevejo pé-de-folha causa perdas de 29% das espigas verde na savana de Roraima.