IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE FUNGOS ENDOFÍTICOS NA MICROPROPAGAÇÃO DO CAMU-CAMUZEIRO (Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh)
Myrciaria dubia, Cultura de Tecidos. Biologia Molecular. Proteção de Plantas.
O camu-camu (Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh), é uma espécie nativa da região amazônica e de grande valor comercial por ser uma importante fonte de antioxidantes, vitamina C, βcaroteno e compostos fenólicos, esta espécie propaga-se, principalmente, pela via seminífera, mas a alta variabilidade genética torna esse método pouco interessante do ponto de vista comercial, este fato faz com que o cultivo in vitro possa ser uma importante alternativa para propagação de cultivares superiores ou melhoradas. Contudo, seu cultivo in vitro é seriamente prejudicado por microrganismos que ao se manifestarem no meio de cultura, geram um ambiente de competição com os explantes, prejudicando seu desenvolvimento e podendo causar até sua morte. A identificação desses microrganismos é essencial para se estabelecer um método mais efetivo de controle. Portanto, objetivou-se isolar e identificar os fungos associados a segmentos caulinares de camu-camu, visando uma estratégia de controle na micropropagação. Para tanto, este trabalho foi dividido em dois capítulos, o primeiro envolveu o isolamento de 65 fungos obtidos de segmentos caulinares de camu-camu, sendo selecionados 20 morfotipos com base nas características macro e micromorfológicas, com os quais foram feitas a identificação molecular. Foram identificadas linhagens pertencentes aos gêneros Curvularia, Diaporthe, Grammothele, Neopestalotiopsis e Trichoderma, sendo o gênero Diaporthe o mais predominante com a identificação de cinco novas espécies. Na segunda etapa, foi realizado um teste prévio de sensibilidade in vitro a diferentes doses de fungicidas sistêmicos denominados como F1 (Tiofanato-Metílico e Fluazinam); F2 (Azoxistrobina e Difenoconazol) e F3 (Piraclostrobina e Epoxiconazol) para verificar sua eficiência e abrangência contra os 20 morfotipos selecionados. Então, os dois fungicidas (F2 e F3), que expressaram os melhores resultados de inibição no teste anterior, foram aplicados ao protocolo de descontaminação utilizado na micropropagação do camu-camu. Nas condições experimentais deste trabalho, os resultados revelaram que tanto os fungicidas quantos as doses testadas, foram ineficientes no controle de fungos para a micropropagação do camu-camu.