Banca de QUALIFICAÇÃO: NATANA FERREIRA DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: NATANA FERREIRA DE OLIVEIRA
DATA: 02/07/2021
HORA: 09:00
LOCAL: https://meet.google.com/szk-mten-sca
TÍTULO:

MIGRAÇÃO VENEZUELANA E SAÚDE NA FRONTEIRA: UMA ANÁLISE SOBRE O AUMENTO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA, NO HOSPITAL MATERNO-INFANTIL NOSSA SENHORA DE NAZARÉ (2017-2020)

PALAVRAS-CHAVES:

Saúde materno-infantil. Sífilis congênita. Migração e saúde. Vigilância epidemiológica.

PÁGINAS: 35
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:

A sífilis congênita é uma infecção resultante da transmissão transplacentária da bactéria Treponema pallidum, que é passada da gestante sifilítica (não tratada ou inadequadamente tratada) para o feto. Entre 2009 e 2019, o Brasil apresentou uma progressiva elevação na taxa de incidência de sífilis congênita. Nos anos de 2017 e 2018, especificamente, o Estado de Roraima, localizado no extremo norte brasileiro, experimentou o aumento mais expressivo nas taxas de incidência da doença entre todas as unidades federativas, de 132%; e coeficiente de mortalidade em menores de um ano por 1.000 nascidos vivos foi de 8,5, ou seja, superior ao coeficiente nacional para aquele ano (8,2). Esses dados apontados para o Estado podem ser relacionados com um fator sócio-econômico de enorme relevância: o incremento demográfico causado pela intensa migração venezuelana que Roraima recebeu a partir de 2017, que representou um desafio para a gestão de saúde pública, em razão da enorme demanda por atendimento médico que os migrantes trouxeram consigo. Um dos problemas percebidos foi que muitas gestantes venezuelanas que atravessaram a fronteira não tiveram acesso a exames realizados no pré-natal ou tratamento adequado para a sífilis no seu país de origem, havendo muitos registros de diagnósticos tardios da doença já na única maternidade pública de Roraima, a saber, o Hospital Materno-infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN). Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre o aumento do registro de casos de sífilis congênita em Roraima – mais especificamente, no HMINSN –, com o agravamento da crise migratória venezuelana. Em muitos países, há estudos relacionando a sífilis com variáveis sociais, políticas e econômicas, mas são ainda poucos os estudos que relacionam casos de incidência da doença com processos migratórios, a despeito da migração haver se tornado, mundo afora, um fenômeno com impactos multidimensionais. Dessa forma, a pesquisa é justificada pela necessidade de coleta de dados sobre a situação epidemiológica da sífilis congênita na fronteira norte do Brasil, o que poderia contribuir para a elaboração de novas medidas de ação estratégica no âmbito da atenção à saúde para populações vulneráveis (neste caso, as mães migrantes), além de evidenciar a necessidade de aumento de investimentos na atenção neonatal. Em relação à metodologia, a pesquisa proposta seria descritiva, de caráter retrospectivo, e a descrição seria produzida a partir de dados coletados nas fichas de notificação/investigação de sífilis congênita do registro do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré. A pesquisa é também quali-quantitativa, e isso pode ser depreendido das suas etapas em que está dividida: na primeira, será feito o levantamento referente ao quantitativo de casos de sífilis congênita notificados pelo HMINSN, no período de 2017 a 2020, com atenção para a nacionalidade da puérpera (se venezuelana, ou não), e na segunda, após a análise do resultado do levantamento, em caso de apontar para a relação causal entre migração e aumento de casos de sífilis, será encaminhado um debate sobre como a gestão hospitalar, na área da atenção neonatal, deveria lidar com os desafios trazidos pela migração venezuelana.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1216459 - ALEXANDER SIBAJEV
Externo ao Programa - 1371348 - CYNTHIA DANTAS DE MACEDO LINS
Interno - 1633807 - GEORGIA PATRICIA DA SILVA FERKO
Externo ao Programa - 6710465 - MARIA SOLEDADE GARCIA BENEDETTI
Interno - 1697434 - PAULO SERGIO DA SILVA