ALTERAÇÕES EM BIOMARCADORES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO E FATORES ASSOCIADOS
Inflamação; PCR; biomarcadores
A Inflamação associada ao câncer está presente em diferentes estágios da tumorigênese, contribui para a instabilidade genômica, modificação epigenética, indução de proliferação celular, aumento das vias anti-apoptóticas, estimulação da angiogênese e, eventualmente, disseminação do câncer. Estudos recentes também sugerem que os perfis de biomarcadores, bem como de mediadores inflamatórios alternativos, devem ser desenvolvidos para otimizar a utilidade preditiva em pacientes com câncer.Objetivo: Analisar as alterações em biomarcadores de pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico e fatores associado. Métodos: Foram analisados os prontuários de 66 pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico atendidos na UNACON.Foram coletadas as seguintes variáveis: sexo, idade, dados antropométricos, (peso seco, altura e IMC – Peso (kg)/altura²), parâmetros imunológicos (leucócitos, neutrófilos, monócitos, linfócitos, eosinófilos e basófilos), marcadores hematológicos (hemoglobina e hematócritos) e níveis de proteína C reativa (PCR), tipos de tumor, ciclos de quimioterapia e quimioterápicos utilizados. Resultado: Dos 66 pacientes que permaneceram na pesquisa, houve predominância do sexo feminino (86,4%), faixa etária de 40 a 59 anos (60,6%), constatou-se que 65,1% dos pacientes oncológicos apresentaram sobrepeso e obesidade, enfermidade caracterizada por um baixo grau de inflamação crônica. Após os ciclos quimioterápicos não houve nem aumento dos leucócitos, o que poderia indicar uma possível resposta inflamatória e nem redução dos mesmos que poderia representar possível imunossupressão. Quanto ao marcador inflamatório PCR, 87,9% dos pacientes apresentaram resultados da Proteína C Reativa extremantes elevados antes de realizar o primeiro ciclo de quimioterapia e 63,6% dos pacientes apresentaram resultados extremamente elevados (da ordem de 6 vezes acima do VR), após realizarem o último ciclo de quimioterapia, ou seja, mesmo após o tratamento quimioterápico os níveis de PCR se mantiveram elevados e devem ser monitorados para auxiliar na redução do risco de recidiva. Conclusão: Desse modo, evidencia-se a importância de estudar biomarcadores analisados em exames de rotinas como o hemograma e PCR a fim de indicar a correlações entre estes biomarcadores e a evolução do processo neoplásico e até mesmo influenciar na prevenção e/ou melhor prognóstico dos quadros clínicos oncológicos.