ANTÍGENO DIEGOª: PREVALÊNCIA NA POPULAÇÃO DE DOADORES DE SANGUE DE UM HEMOCENTRO NO EXTREMO NORTE DO BRASIL
Hemoterapia; Aloimunização; Sistema Sanguíneo Diego; Dia
O sistema sanguíneo Diego foi descrito pela primeira vez em 1955 por Miguel Layrisse em um caso de doença hemolítica perinatal em um bebê na Venezuela, o pesquisador publicou largamente seus estudos sobre o antígeno Diego a (Di a ), tendo avaliado sua frequência em diversas populações ao redor do mundo e colaborado de forma muito relevante para a caracterização do sistema Diego. Desde então, foram catalogados 23 antígenos do sistema Diego, a maioria sendo de baixa frequência na população mundial. Diego é o sistema de antígeno sanguíneo nº 10 catalogado pela International Society of Blood Transfusion, tendo sua localização no gene SLC4A1 (banda 3), no cromossomo 17q21.31, com 20 éxons sendo o Diego a (Di a ) prevalente na população sul-americana, nativos americanos, japoneses e chineses. O objetivo deste projeto foi estabelecer a prevalência do antígeno Di a na população de doadores de sangue de Roraima, assim como traçar um perfil sócio-epidemiológico dos doadores testados. A metodologia proposta foi a fenotipagem do antígeno Di a com utilização de plasma de doador de sangue com aloanticorpo anti-Di a através de testes imunohematológicos de compatibilidade devido ao alto custo e disponibilidade do soro comercial para fenotipagem desse antígeno, num estudo transversal prospectivo. Foram elaborados material técnico como protocolos de validação, relatórios de validação e procedimento operacional padrão com a técnica utilizada assim como sugestões para identificação e utilização dos concentrados de hemácias Di a +. A prevalência para o antígeno Di a foi de 9,54% nos doadores testados. Dos indivíduos “O” testados, houve predominância de doadores O+, do sexo masculino, faixa etária de 30 a 39 anos, a etnia autodeclarada mais encontrada foi caucasiano e caucasiano brasileiro, o antígeno com maior frequência foi o “k” e o com menor frequência foi “Kp a ”. O emprego da técnica de fenotipagem para Di a com soro não comercial foi padronizada e validada, tendo 100% de concordância entre os resultados obtidos na triagem e com testes realizados com soro comercial, sendo efetiva na triagem para este fenótipo, permitindo fenotipagem de grande número de doadores e contribuindo para a profilaxia contra a aloimunização, principalmente para mulheres e pacientes em esquema crônico de transfusão.