Abordagens de fiscalização de trânsito do DETRAN na cidade de Boa Vista-Roraima
Análise da conversação. Abordagens de trânsito. Venezuelanos.
A análise da conversação surgiu na década de 1960, por meio dos trabalhos de Harvey Sacks, Emmanuel Schegloff e Gail Jefferson (1974), com foco na descrição das estruturas, na organização das conversações e nos gestos interacionais em contextos institucionais. Por volta de 1980, os cenários foram diversificados e ampliados às descrições e interpretações sobre os modos de agir e interpretar dos falantes em relação aos outros nas interações mais espontâneas. No Brasil, a análise da conversação teve início em 1997, introduzida pelo linguista Luiz Antônio Marcuschi. A conversação é uma prática do nosso cotidiano, que nos possibilita falar e interagir em diferentes contextos da sociedade. Este estudo propõe analisar a conversação entre agentes de trânsito e venezuelanos em abordagens de fiscalização de trânsito do DETRAN/RR e tem como objetivos específicos 1) descrever de que maneira sucede a conversação entre os agentes e os condutores, 2) compreender como transcorre a interação entre os interlocutores, 3) bem como identificar as dificuldades comunicativas entre eles. Devido à imigração em massa de venezuelanos no estado de Roraima, tem sido comum que os agentes de trânsito se deparem os imigrantes na condução de veículos do Brasil ou da Venezuela. Durante a abordagem é feita a solicitação e a verificação dos documentos do condutor e do veículo. Caso haja irregularidades, o condutor é informado sobre os procedimentos cabíveis que serão adotados. Para isso, é necessário que haja a comunicação e a interação entre o agente e o abordado, sendo necessária a compreensão de ambos para que não haja mal-entendido, tendo em vista que, por falarem línguas distintas, pode haver dificuldades comunicativas. A pesquisa se fundamenta na análise da conversação, por meio da abordagem qualitativa, baseada em teóricos como: Kerbrat-Orecchioni (2006), Marcuschi (2003), Timbane (2013), Teixeira (2007), entre outros; o que nos fornecerá dados necessários para compreender de que maneira se dá a interação entre os envolvidos neste estudo. Para tanto, foram coletados dados de duas abordagens de trânsito: 1 e 2, para a análise da conversação entre os interlocutores, que foram categorizados em: agentes de fiscalização 1, 2, 3 e 4, e condutores A e B.