ENCRUZILHADAS DA FÉ: UM ESTUDO SOBRE AS MANIFESTAÇÕES E DESDOBRAMENTOS DO RACISMO RELIGIOSO EM BOA VISTA, RORAIMA
Racismo religioso; Amazônia; Resistência cultural; Religiões de matriz africana.
Este estudo tem como objetivo estudar as formas e dimensões pelas quais o racismo religioso se manifesta em terreiros de religiões de matriz africana em Boa Vista, capital do estado de Roraima. A partir da diversidade cultural na região, e, não obstante a ela, das comuns manifestações de intolerância religiosa na região, investigarse-á como os praticantes dessas religiões sofrem e enfrentam a intolerância e a violência simbólica, institucional e física em um espaço marcado por múltiplas identidades culturais e por conflitos de caráter religioso e étnico. A pesquisa adota um enfoque qualitativo, utilizando de entrevistas, análise documental e processual, além da observação participante, a fim de compreender as estratégias de resistência dessas comunidades frente às diversas manifestações do racismo religioso fundado em narrativas coloniais e racistas, buscando compreender seu impacto na vida dos praticantes, bem como as consequências deste fenômeno para a coletividade. Os esultados preliminares apontam para necessidade de investimento em políticas públicas que incentivem uma educação antirracista, a mobilização comunitária e o fortalecimento de redes de apoio como crucial, revelando o papel fundamental da diversidade, da coletividade e da espiritualidade como elementos de resistência e manutenção cultural. Além disso, observa-se que, ao enfrentar a intolerância, essas comunidades promovem o respeito à diversidade religiosa e contestam as estruturas de poder que buscam silenciar suas expressões culturais. Conclui-se que o reconhecimento e a valorização das religiões de matriz africana como parte do patrimônio cultural amazônico são essenciais para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural. Ao contribuir para o debate sobre ações afirmativas e diversidade no ensino superior, este estudo busca fortalecer a integração intercultural e combater as formas de racismo religioso presentes no cotidiano de fronteira.