ESTUDO FENOLÓGICO E CULTIVO IN VITRO DE EMBRIÕES DE 73 CAJARANEIRA-ANÃ (Spondias dulcis Parkinson)
Biologia reprodutiva. Resgate de Embriões. Micropropagação. Biotecnologia.
Objetivou-se com este trabalho caracterizar a fenologia reprodutiva e estudar o comportamento in vitro de embriões de cajaraneira (Spondias dulcis Parkinson) cultivadas na vitrine tecnológica da Embrapa Roraima no município de Boa Vista-RR. Este trabalho surgiu da necessidade de contribuir com o processo de propagação da espécie, uma vez que no meio natural observa-se uma lenta e desuniforme germinação, sendo este um entrave para viabilizar o seu cultivo. Para tanto, necessitou-se realizar previamente um estudo acerca do comportamento fenológico da espécie, dedicando-se do momento em que se iniciava a turgência das gemas vegetativas após a poda até o surgimento das gemas reprodutivas e o momento da colheita. Essa pesquisa compõe o primeiro artigo da Tese e forneceu informações essenciais à realização do experimento seguinte, que diz respeito a idade de coleta dos frutos com possibilidade de encontrar embriões viáveis para cultivo in vitro. No segundo artigo, foram realizados ensaios de cultivo in vitro de embriões de cajaraneira, sob diferentes meios de cultivo (WPM e MS) e idade fenológica. Observou-se que as plantas de cajaraneira cultivadas, apresentaram sete dos 10 estágios descritos na escala BBCH, sendo que, o estágio 9 (senescência), não foi observado em virtude do manejo de irrigação. As plantas necessitam de 3840 graus-dia para completar todos os estágios de crescimento. A compreensão dos estágios fenológicos apresentada proporciona uma padronização dos estágios fenológicos para S. dulcis além de fornecer os estágios importantes para o planejamento das práticas culturais necessárias durante o cultivo da espécie. Juntamente 121 com a descrição da escala fenológica BBCH foi possível descrever a unidade de calor acumulado em graus-dia no qual é um parâmetro de avaliação às mudanças climáticas e ensaios de adaptabilidade de genótipos a diferentes condições ambientes. Quanto ao cultivo in vitro, conclui-se que embora não tenham sido observadas diferenças estatísticas para germinação, visualmente, embriões de dias tiveram a melhor porcentagem de germinação (55%). Sendo assim, em razão do ganho em tempo de coleta; da maior facilidade de excisar os embriões; da correlação positiva com a germinação por serem de menor tamanho e do satisfatório desenvolvimento in vitro (parte aérea e radicular), esta idade (120 dias) apresentou potencial de resgate in vitro e micropropagação de embriões. Ambos os meios de cultivo proporcionaram a germinação dos embriões. Porém, são necessários ajustes nos protocolos de estabelecimento in vitro afim de minimizar a contaminação e perda dos embriões. Além disso, estudos posteriores devem considerar as diferenças genéticas entre as plantas, uma vez que são oriundas de propagação via seminífera e influenciaram diretamente na estimativa do número de frutos necessários para se obter 20 embriões germinados.