ESTUDO DOS FATORES SOCIOAMBIENTAIS ASSOCIADOS À RETINOPATIA
DIABÉTICA EM UM ESTADO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Não se aplica.
A diabete melito é uma doença crônica não-transmissível complexa,
multifatorial e de alta prevalência na população mundial. É reconhecida como uma
das principais ameaças à saúde da população no século XXI, pois o estilo de vida
contemporâneo tem contribuído para sua ascensão (ZIMMET et al., 2001). A doença
se caracteriza pelos elevados níveis de glicose sérica, os quais desencadeiam
lesões nos mais diversos órgãos humanos. Um dos órgãos-alvo da diabete é o olho.
Embora não esteja completamente elucidado, sabe-se que o mecanismo de
destruição provocado pelas altas taxas glicêmicas se inicia pelos vasos sanguíneos
(AMERICAN ACADEMY OF OPHTHALMOLOGY, 2019). No olho, a principal
camada afetada é a retina. Ao afetar este estrato, o portador de diabete passa a
apresentar a temida retinopatia diabética. Esta, se não tratada, pode gerar a perda
da visão em caráter irreversível.
De acordo com dados publicados pela Federação Internacional de Diabetes,
estima-se que um em cada onze adultos seja portador da doença no mundo, o que
perfaz um total de 463 milhões de pessoas. Aproximadamente metade delas, não se
sabe diabética. No Brasil, no ano de 2019, a população de diabéticos era de 16,8
milhões de pessoas (IDF, 2019). A retinopatia diabética é responsável por cerca de
4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira por doença oftalmológica no mundo
(CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA, 2019). É a principal causa de
cegueira na população economicamente ativa, o que implica em forte impacto
previdenciário e no bem-estar da população. Em termos gerais, 10% do orçamento
destinado aos cuidados com saúde são designados ao combate da diabete melito
(INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2019).
Os altos custos da doença para a sociedade aliados à curva ascendente de
portadores, alertam para a insuficiência do enfoque terapêutico. A fim de combater a
epidemia de diabetes que se anuncia são necessárias medidas de promoção à
saúde, as quais avaliem o indivíduo como um todo, promovendo a educação acerca
da doença e os cuidados necessários para seu controle, porém não de modo
protocolar, mas sim inseridos em seu contexto sociocultural e econômico. As
regionalizações devem ser respeitadas e incentivadas, a fim de que se obtenha uma
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maior aderência da população, bem como que permita a identificação de alvos de
intervenções para se atingir equidade em saúde (HILL-BRIGGS et al., 2021).
Desta forma, este estudos e propõe a conhecer o perfil dos portadores de
retinopatia diabética do Estado de Roraima. Através do exame oftalmológico de
pacientes diabéticos aliado à aplicação de questionário semiestruturado, se objetiva
estimar a prevalência da doença na região, bem como identificar suas
características sociodemográficas e aquelas que possam estar vinculadas a um
melhor controle da doença. Com estas informações, será possível o planejamento e
aplicação de ações em saúde mais profícuas, com possibilidade de redução do
número de pacientes cegos pela retinopatia diabética neste Estado da Amazônia
brasileira.